No decorrer da vida, inúmeras vezes ouvi
pessoas dizendo: a gente não é nada. E realmente por vezes, nos parece que a
vida não tem valor. São tantas as violências, tanto descaso, tanta banalização
à nossa volta, que entramos no circuito...
Pergunto: até que ponto nós mesmos não
damos valor a nossa vida? Correndo enlouquecidamente no trânsito, comendo mal,
ingerindo alimentos inadequados, dormindo mal e pouco, preocupados trabalhar e
pagar as contas, deixamos de lado o lazer. Ultrapassando, esgotando nossas
forças.
Quando ultrapassamos os limites,
provocamos acidentes e ou adoecemos. Doentes reclamamos e exigimos dos que
estão à nossa volta a qualidade de vida que nós mesmos esquecemos.
Você sabia? Que até num momento em que
nos sentimos doentes, temos o poder de escolha.
Em minhas leituras encontrei um debate
sobre padrões de autonomia e organização das respostas aos estímulos.
"Quando chuto uma pedra, dou energia à pedra, e ela se move com essa
energia. Quando chuto um cão, ele responde com a energia que recebe de seu
próprio metabolismo. ”
É neste ponto que observo, que tenho
escolha de me entregar para o trabalho e esquecer o lazer, e aceitar a possível
consequência de adoecer. Ou posso escolher o lazer, mesmo que em intervalos pequenos,
possa me refazer.
E já repetindo o que escrevi há algum
tempo aqui, que o prestar atenção na respiração, o relaxamento, a caminhada,
que não geram despesas financeiras, e podem nos facilitar o refazer de forças.
Renovar forças para além do físico, restabelecendo o mental e emocional.
Como disse Bateson, se eu chutar uma
pedra, agrego a ela uma energia, que gera movimento a favor de algo e contra
outra coisa.
Assim também na minha vida, meus bons
pensamentos alimentarão com boas energias o corpo físico, tanto quanto minhas
emoções e, por consequência estarei bem, harmonizado, e com saúde. Se acaso,
ainda assim for atacado por alguma doença, terei forças para tratar e restaurar
a saúde.
Tudo isso só acontece quando realmente
damos valor a nós mesmos, como seres únicos que somos, e abençoados pela Vida.
E lembrando o que tenho repetido aos adolescentes com quem trabalho, “trate bem
o teu corpo, pois tenha certeza que ele, e talvez só ele te acompanhará até o
último dos teus dias de vida. ”
Esse é o Valor da Vida. Auto-cuidado não
é egoísmo. É tratar-se bem, para poder tratar bem a quem nos rodeia.
Diana Puffal - Publicado na Revista Mix Social em setembro de 2016.
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